“Ele foi entregue à morte por nossos pecados e
ressuscitado para nossa justificação” (Rm 4.25)
A páscoa
não é de ovo chocolate, não é coelho, itens de alienação do verdadeiro sentido
pascal, que direciona o povo a perder o sentido da verdadeira páscoa, induzindo-os ao comercio de produtos. A páscoa tem como ponto central a ressurreição de Cristo
Jesus, o centro da nossa fé. A Escritura vai apontar para a obra consumada na
paixão, morte e ressurreição de Jesus.
No Antigo
Testamento foi ordenado celebrar a páscoa como um memorial dos grandes feitos
de Deus em sua libertação do Egito: “Ao comerem, estejam prontos para
sair: cinto no lugar, sandálias nos pés e cajado na mão. Comam apressadamente.
Esta é a Páscoa do Senhor. Naquela mesma noite passarei pelo Egito e matarei
todos os primogênitos, tanto dos homens como dos animais, e executarei juízo
sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o Senhor! O sangue será um sinal para
indicar as casas em que vocês estiverem; quando eu vir o sangue, passarei
adiante. A praga de destruição não os atingirá quando eu ferir o Egito. Este
dia será um memorial que vocês e todos os seus descendentes o comemorarão como
festa ao Senhor. Comemorem-no como decreto perpétuo” (Êx 12.11-14).
O Egito,
era um lugar hostil a Deus e infestado das mais grosseiras e bizarras
idolatrias. Representava toda sorte de sofrimento e amargura para a alma. O
faraó representava o próprio inimigo, desfilando a sua odiosa religião se
apresentando como um deus. O faraó escravizava Israel, matando a sua esperança,
assassinando os seus filhos e forçando muitas de suas filhas a casamentos
mistos. Enfraquecendo suas capacidades físicas e mentais submetendo-os à dureza
do trabalho escravo na construção de monumentos que exaltavam a criatura no
lugar do criador.
Era
sinônimo de alienação, escravidão e morte. Todavia, Deus não ficou indiferente
á sorte do seu povo: “Disse o Senhor: De fato tenho visto a opressão
sobre o meu povo no Egito, e também tenho escutado o seu clamor, por causa dos
seus feitores, e sei quanto eles estão sofrendo. Por isso desci para livrá-lo
das mãos dos egípcios e tirá-los daqui para uma terra boa e vasta, onde manam
leite e mel” (Êx
3.7,8). Deus interveio na história do Povo da Antiga Aliança e o libertou dos
seus sofrimentos com sinais, prodígios e grandes milagres e ordenou-lhes que se
fizesse a cada ano uma festa em celebração à misericórdia recebida pela
graça.
Mas,
apresar da dura realidade histórica dos eventos do Êxodo de Israel do Egito,
ainda assim tudo era apenas figura, uma sombra da realidade que estava por vir.
O verdadeiro cativeiro do homem é o pecado; seu faraó é alguém muito mais
terrível, Satanás; e seus grilhões infinitamente mais pesados, a morte. Logo,
um libertador maior que Moisés se fazia necessário, tanto quanto os milagres a
serem realizados. Mas, o mesmo Deus que ‘desceu’ para libertar Israel, ‘desceu’
até nós na pessoa bendita de Jesus. O Pai o enviou a nós como nosso
libertador: “Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que
estava perdido" (Lc
19.10) “e Ela dará à luz um filho, e você deverá dar-lhe o
nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados" (Mt 2.21); “Esta
afirmação é fiel e digna de toda aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para
salvar os pecadores” (1Tm
1.15).
Este é o
sentido pleno, real e substancial da celebração da Páscoa: A Ressurreição. Fazermos
memória em adoração e gratos pela iniciativa divina em resgatar-nos do pecado,
da morte e do inferno. É a festa da graça e da misericórdia por excelência,
pois não há nada da parte dos homens que justifique tão grandioso gesto de
entrega e tamanha demonstração de amor. Mas, a festa é apenas um marco
temporal, um sinal exterior, o mais importante é vivermos como quem já venceu a
morte, andarmos todos os dias em novidade de vida, como que antecipando aquela
vida glorificada que nos aguarda nos Reino dos Céus, promovendo os sinais da
vida indestrutível de Jesus com as marcas do amor ao próximo, levando a justiça
que liberta os homens e promovendo a vida em abundância.
Em todo
tempo, devemos chamar a todos para a festa da reconciliação. Convidar a todos
que abandonem os seus pecados e se rendam ao Cristo vencedor da morte. E nele
daremos o brado da vitória: “A morte foi destruída pela
vitória. Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?
O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus,
que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 15.54-57).
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